Preste a completar um ano, programa ainda não fez cirurgias antibullying em MS


Secretaria de Saúde disse que hospitais credenciados não conseguiram contratar equipes para os procedimentos

Por Cassia Modena

Por: Noticias Digital – 08/05/2024 – fonte: https://www.campograndenews.com.br/

Alunos em escola da rede estadual em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

O balanço enviado pela SES sobre o programa MS Saúde, onde o bullying foi incluído, mostra que a maioria dos pacientes atendidos até então fez cirurgias oftalmológicas como a que corrige a catarata, por exemplo. Não há intervenções de correção oftalmológica ou reparação estética.

O Campo Grande News apurou que já foram cadastradas 348 pessoas, que aguardam as cirurgias relacionadas às mamas e orelhas, e mais 10 para reparar os olhos desalinhados.

A SES afirma que uma nova fase do programa foi iniciada neste mês, com a previsão de fazer mais de 48 mil cirurgias, e que pretende reabrir a oportunidade aos estuantes que sofrem com problemas que levam a discriminação em sala de aula.

Arte: Bárbara Campiteli

Na época do lançamento, o governo ressaltou que o pagamento por cirurgias e também exames diagnósticos feitos pelo MS Saúde poderá ser de valores até seis vezes maiores que o da tabela referência do SUS, como forma de garantir a contratação de profissionais capacitados. Mesmo assim, segundo a SES, faltam equipes nos hospitais credenciados

Sem previsão – “Estamos na fase de recebimento das adesões dos hospitais em relação aos procedimentos lançados na resolução”, confirmou hoje (7) a coordenadora do MS Saúde, Maria Angélica Benetasso, em resposta à pergunta sobre previsão de início das cirurgias antibullying no Estado. Uma possível data não foi informada por ela.

Em tabelas divulgadas no Diário Oficial do Estado em 8 de maio do ano passado, dentro da resolução que a coordenadora cita, e no site institucional, a SES identifica essas cirurgias no grupo de “reparadoras”.

Em outra resolução, publicada em 26 de maio, a SES inclui a cirurgia para corrigir estrabismo como procedimento e informa a lista de hospitais que aderiram ao programa, valores e quantos pacientes estão na fila para cada um.

Críticas – A iniciativa virou alvo de críticas por profissionais da Pedagogia e Psicologia, inclusive de outros estados, que não defendem as plásticas como forma de evitar ataques à aparência de crianças e adolescentes.

Douglas Menon, vice-presidente da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) em Mato Grosso do Sul, ponderou sobre a abordagem do programa estadual e lembrou que os procedimentos são feitos pelo SUS e já há fila por eles. “É muito importante o tempo certo de realização da cirurgia. O paciente tem que estar psicologicamente estável e consciente dos estágios do procedimento e entender que o procedimento vai trazer melhoras, mas não é a solução dos problemas, que muitas vezes podem ser de ordem psicológica”, acrescentou o representante.