Pesquisa sobre nutrição infantil vai percorrer 10 bairros de Campo Grande
Residências de dois bairros de Corumbá também serão visitadas por entrevistadores
Cassia Modena
Por: Noticias Digital – 05/02/2025 – fonte: https://www.campograndenews.com.br/

A participação é voluntária. Mães ou cuidadores de crianças que aceitarem o convite terão que responder a perguntas sobre alimentação e ter peso e altura anotados para classificação do estado nutricional conforme padrões da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Comprimento de bebê é medido por entrevistador (Foto: Divulgação)
Além disso, será agendada uma segunda visita para coleta de sangue. Hemograma completo e análise de marcadores poderão apontar deficiência de vitaminas e minerais, como ferro e vitamina A. A amostra vai compor um biorrepositório da pesquisa.
As visitas são realizadas desde o ano passado e são retomadas neste mês. A meta é entrevistar mais 100 famílias nos bairros de Campo Grande e Corumbá. A pesquisa quer chegar ao total de 15 mil em todo o País.
Já responderam – Mato Grosso do Sul já contribuiu com as respostas de mais de 500 famílias desde o início da pesquisa.
Entrevistadores têm a meta de visitar, pelo menos, 600 domicílios no Estado. O objetivo é conhecer a situação alimentar e nutricional das crianças e suas mães e gerar evidências científicas atualizadas para apoiar ações de cuidado à saúde.
“Os resultados do ENANI-2024 vão apoiar o redirecionamento de políticas públicas do Ministério da Saúde. A primeira edição do estudo, realizada em 2019, mostrou que 10% das crianças brasileiras apresentavam anemia (deficiência de ferro). A partir desse resultado, o Ministério da Saúde reformulou o Programa Nacional de Suplementação de Ferro para atender a essa necessidade”, explica o coordenador nacional do Enani-2024, Gilberto Kac, professor na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), instituição responsável pela condução da pesquisa no Brasil.
O Enani-2019 mostrou que, na época, metade das famílias brasileiras com crianças na faixa etária do estudo vivia em insegurança alimentar. A primeira edição da pesquisa revelou, ainda, que 80% das crianças brasileiras menores de cinco anos já consumiam alimentos ultraprocessados e que 10% delas – e metade de suas mães – estavam acima do peso. “Agora, vamos atualizar e aprofundar esse quadro”, conclui Kac.