Apenas três cidades de MS devem receber vacinas contra a dengue

Estado precisa de 1 milhão de doses para o público-alvo, mas regra do Ministério da Saúde deixa 76 cidades de fora da distribuição

GLAUCEA VACCARI

Por: Noticias Digital – 24/01/2024 – fonte: https://correiodoestado.com.br/

Dourados foi a primeira cidade do Brasil a receber vacina contra a dengue – Foto: Rogério Vidmantas / Prefeitura de Dourados

Os critérios definidos pelo Ministério da Saúde para distribuição da vacina contra a dengue devem deixar 76 municípios de Mato Grosso do Sul de fora da imunização pelo Sistema Único de Saúde, nas primeiras remessas.

Isto porque as vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes.

No Estado, apenas três cidades têm mais de 100 mil habitantes, conforme o Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo Dourados, que foi a primeira cidade do Brasil a iniciar a vacinação contra a dengue, Campo Grande e Três Lagoas.

A quarta maior cidade do Estado em população é Corumbá, mas o número de habitantes é inferior a 100 mil. Conforme o Censo, a Cidade Branca tem 96.268 habitantes.

Os critérios para a definição dos municípios que irão receber as doses foram definidos em conjunto com o Conass e o Conasms, órgãos representantes de secretarias de Saúde de estados e municípios.

A lista dos municípios e a estratégia de vacinação serão informadas nos próximos dias. A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Mato Grosso do Sul precisa de quase 1 milhão de doses da vacina contra a dengue para imunizar todas as pessoas na faixa etária de 6 a 16 anos, elegível para receber o imunizante Qdenga, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Porém, o governo federal já anunciou que não terá vacinas suficientes para todas essas pessoas e limitou o público-alvo para 2024 em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.

O lote de vacinas que chegou no sábado faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina fornecidas pela farmacêutica Takeda sem cobrança ao Ministério da Saúde. Uma segunda remessa, com 570 mil doses, tem previsão para ser entregue em fevereiro.

Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024 – 5,2 milhões de doses – que, de acordo com a previsão informada pela empresa, serão entregues ao longo do ano, até novembro.

A remessa ainda irá passar pelo processo de liberação da Alfândega e da Anvisa, em seguida sendo enviada para o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

Conforme o Ministério da Saúde, foi solicitada prioridade nestas etapas e a previsão é que todo o desembaraço seja concluído ao longo desta semana.